quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA MATERNA 21 DE FEVEREIRO

 


Desde 1999 que se celebra, no âmbito da UNESCO, o Dia Internacional da Língua Materna, no dia 21 de fevereiro. O nosso Agrupamento escolheu vários anos esta data como central das suas atividades enquanto Escola Associada da UNESCO, entre outras razões, como forma de homenagem à nossa patrona, Carolina Michaëlis, importante filóloga e estudiosa da nossa língua. A acrescentar a esse facto, a importância da língua materna no processo transversal das aprendizagens.

Celebrar a língua materna não é apenas celebrar a nossa língua, mas a diversidade linguística a nível mundial, as línguas maternas dos diferentes países e comunidades, é celebrar a diversidade linguística, impedindo o desaparecimento de inúmeras língua, tal como tem vindo a acontecer nas últimas décadas, elevando-se a 40% de habitantes do planeta que não têm acesso à aprendizagem numa língua que falam quotidianamente. Deixar morrer a língua equivale a deixar morrer a cultura e submeter-se ao poder instalado, perdendo a sua identidade.

Por isso o tema de 2021 é "Fomentar o multilinguismo para a inclusão na educação e na sociedade", reconhecendo que as línguas e o multilinguismo podem promover a inclusão e o foco dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em não deixar ninguém para trás.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

DIA MUNDIAL DA RÁDIO


 DIA MUNDIAL DA RÁDIO




Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,

por ocasião da 10ª edição do Dia Mundial da Rádio

“Novo Mundo, Nova Rádio”


Ao celebrarmos a 10ª edição deste Dia Mundial, damo-nos conta de como o ano que há pouco terminou sublinhou o facto da rádio, este jovem meio de comunicação de 110 anos de idade, continuar a ser essencial para as nossas sociedades contemporâneas.

A pandemia recordou-nos o seu importante valor acrescentado: com uma taxa de penetração superior a 75% nos países em desenvolvimento, a rádio continua a ser o meio mais acessível.

Por este motivo, a rádio tem sido um instrumento privilegiado no âmbito da nossa resposta à crise.

A rádio tem contribuído para salvar vidas através da transmissão de instruções sanitárias, da difusão de uma informação fiável e também do combate ao discurso de ódio. A UNESCO aproveitou este potencial produzindo mensagens áudio livres de direitos de autor em 56 línguas e oferecendo-as a estações de rádio de todo o mundo para contrariar falsos rumores.

Além disso, a rádio permitiu assegurar a continuidade da aprendizagem para as populações que só podiam ser alcançadas através dela. Desde modo, graças à Coligação Mundial para a Educação, a UNESCO desenvolveu uma autêntica pedagogia das ondas. Por exemplo, na República Democrática do Congo, a nossa Organização desenvolveu e divulgou conteúdos educativos para mais de quatro milhões de alunos, transmitidos em estações de rádio comunitárias.

A rádio continua assim a ser um meio indispensável que demonstra diariamente a sua resiliência e a sua capacidade de inovação.

Neste século das imagens, a rádio continua a ser a nossa companhia todas as manhãs, o eco das nossas noites, o espelho íntimo de um mundo que deve ser ouvido para ser compreendido. Com o universo das web rádios, podcasts, smartphones e das novas tecnologias, a rádio está a florescer numa verdadeira segunda juventude.

Com o tema desta edição do Dia Mundial da Rádio, "Novo Mundo, Nova Rádio", reafirmamos o papel central da rádio, no presente e no futuro.

Pois, mais do que nunca, precisamos deste meio de comunicação universal, humanista, portador de liberdade. Pois, sem a rádio, o direito à informação, à liberdade de expressão e, com ela, às liberdades fundamentais, ficariam fragilizados; o mesmo se aplica à diversidade cultural, uma vez que as rádios comunitárias são a voz daqueles que não a têm.

Neste Dia Mundial da Rádio, a UNESCO apela a todos - ouvintes, emissoras e profissionais do setor audiovisual - para que celebrem a rádio e os seus valores e promovam uma informação fiável como um bem comum.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES E RAPARIGAS NA CIÊNCIA - 11 FEVEREIRO

 



Mensagem conjunta de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, e Phumzile Mlambo-Ngcuka, Diretora Executiva da ONU-Mulheres,

por ocasião do Dia Internacional das Mulheres

e Raparigas na Ciência


A crise de COVID-19 demonstrou, uma vez mais, o papel essencial das mulheres e raparigas na ciência. As mulheres investigadoras têm liderado muitos avanços decisivos na luta contra a pandemia - desde a compreensão do vírus e o controlo da sua propagação, até ao desenvolvimento de testes de diagnóstico e de vacinas.

Ao mesmo tempo, há provas crescentes de que a pandemia tem atingido mais duramente as mulheres - especialmente as mulheres cientistas - do que os homens, por exemplo, devido à distribuição desequilibrada dos cuidados não remunerados e das tarefas domésticas. Com demasiada frequência, as mulheres encarregam-se da escolaridade em casa, dos cuidados a idosos e de outras tarefas relacionadas com a obrigação de permanência em casa, em detrimento do seu próprio emprego.

Os estereótipos e as desigualdades de género continuam a impedir muitas raparigas e mulheres de enveredarem e permanecerem em carreiras científicas em todo o mundo. A próxima edição do Relatório da UNESCO sobre a Ciência mostra que apenas 33% dos investigadores são mulheres, apesar de representarem 45 e 55% dos estudantes de licenciatura e mestrado, respetivamente, e 44% dos estudantes de doutoramento.

Precisamos de intensificar os nossos esforços para colmatar estas lacunas de género na ciência, e combater as normas e estereótipos que criam e mantêm a ideia de que os percursos profissionais são limitados para as raparigas na ciência. Isto é tanto mais urgente tendo em conta a sub-representação das mulheres em áreas cruciais para o futuro do trabalho, como as energias renováveis e as tecnologias digitais, uma vez que apenas 3% das estudantes do ensino superior escolhe tecnologias da informação e comunicação.

Precisamos da ciência e a ciência precisa das mulheres. Não se trata apenas de assumir um compromisso com a igualdade de direitos; trata-se também de tornar a ciência mais aberta, diversificada e eficiente.

Para serem verdadeiramente transformadoras, os programas e políticas de igualdade de género devem eliminar os estereótipos de género através da educação, mudar as normas sociais, promover modelos positivos de mulheres cientistas e sensibilizar ao mais alto nível da tomada de decisão. Temos de assegurar que as mulheres e raparigas não só participam nas áreas STEM, como também têm poder para liderar e inovar, e que são apoiadas pelas políticas do local de trabalho e culturas organizacionais, para que garantam a sua segurança e tenham em conta as suas necessidades como pais, e as incentivem a progredir e prosperar nestas carreiras. Um inquérito recente em 17 países sublinha que as jovens querem urgentemente mais ação governamental, com 75% das mulheres inquiridas com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, com expectativa de que os seus governos aumentem o financiamento para a igualdade de género.

A UNESCO e a ONU Mulheres, juntamente com todos os seus parceiros, estão empenhadas em dar prioridade à igualdade de género em todos os aspetos do seu trabalho: desde a promoção da educação básica em STEM até ao reconhecimento e apoio ao trabalho das mulheres cientistas em todo o mundo através de iniciativas como o Programa L'Oréal-UNESCO "Para as Mulheres na Ciência" e a Organização para as Mulheres na Ciência no Mundo em Desenvolvimento, e incentivando empresas da área STEM a assumirem compromissos ousados em matéria de igualdade de género através dos Princípios de Capacitação das Mulheres. De acordo com as suas duas prioridades globais, África e Igualdade de Género, a UNESCO está particularmente ativa no continente africano, acompanhando raparigas por meio de programas de tutoria online no Quénia, por exemplo, e fornecendo aos laboratórios escolares kits de microciência na República Democrática do Congo. Este ano, estamos também a aproveitar a oportunidade única proporcionada pelo Fórum para a Igualdade entre Gerações, organizado pela ONU Mulheres e copresidido pela França e pelo México, em parceria com a sociedade civil e os jovens, e a sua Coligação para a Ação sobre Tecnologia e Inovação para a Igualdade de Género, para impulsionar ações transformadoras para uma evolução digital que tenha em conta a diversidade de género.

As mulheres cientistas são uma fonte de inspiração para as jovens de todo o mundo desejosas de estudar disciplinas científicas. Hoje, ao celebrarmos o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, é nosso dever preparar o caminho para a construção de um futuro mais justo e equitativo. Jennifer Doudna, laureada com o Prémio Nobel da Química 2020, declarou "Adoro o processo de descoberta". Para todas as raparigas que consideram uma carreira na ciência, deveria ser tão simples quanto isso.